No momento em que se prepara para sediar a Copa do Mundo, o Brasil se vê diante de dois embaraços na mesma semana.
O primeiro, foi a investigação da Polícia Federal e Ministério Público sobre as empresas de Ricardo Teixeira, presidente da CBF.
O segundo, foram as denúncias publicadas contra o Ministro Orlando Silva, dos Esportes.Uma testemunha que era do PCdo B afirma que ele recebia dinheiro do programa Segundo Tempo, dedicado às criancas pobres.
A denúncia contra Silva foi feita pelo policial militar João Dias Ferreira e ocupa seis páginas da revista Veja. Segundo o autor da denúncia, Orlando Silva recebia 20 por cento das verbas destinadas a ONGs encarregadas do programa Segundo Tempo. Possivelmente, para repassar ao PC do B.
Teixeira é acusado de transferência ilegal de US$600 mil para suas empresas. A BBC de Londres chegou a calcular em US9,5 milhões o volume de suborno que Teixeira teria recebido.
Escrevi um post dizendo que Teixeira na CBF era um embaraço para o Brasil. Externamente, porque o foco sobre a Copa já é uma realidade: uma notícia dessas repercute lá fora. Dentro do país, porque estamos fazendo investimentos públicos na Copa. Escândalos na CBF e na FIFA só fazem aumentar a insegurança sobre a racionalidade da escolha.
Com a segunda denúncia, o próprio governo amplia a insegurança. Só numa novela é possível imaginar que um país, com um nascente movimento contra a corrupção, aceitará esse script.
Não é razoável associar bilhões de reais dedicados ao futebol com o presidente da CBF às voltas com a Polícia Federal e o ministro de Esportes acusado de receber propinas em programas dedicados às crianças pobres.
Por ser a sede da Copa o Brasil não precisa disputar as eliminatórias. Já está classificado. Um outro tipo de eliminatória, fora de campo, começou esta semana.
