Chevron, impactos ambientais e entraves jurídicos.

A Chevron, empresa responsável pelo derramamento de óleo na Bacia de Campos não começou agora em lutas judiciais.
Ela foi condenada no Equador a pagar multa de R$9 bilhões por poluir a floresta amazônica. É a segunda grande multa da história, pois a BP se prontificou a pagar US$20 bilhões pelos estragos no Golfo do México.
A disputa entre Equador e Chevron acontece também nas cortes americanas. Se o Brasil quiser fazer alguma coisa, vai precisar se basear muito bem, para que o processo não seja neutralizado
A Chevron é acusada também de financiar o terrorismo em Angola, violar a Lei do Ar Limpo nos Estados Unidos e destruir florestas em Bangladesh.
No momento em que o Brasil fala em multar e investiga a ação da Chevron é importante saber que a empresa tem experiência em ações judiciais e alguns dos melhores advogados americanos.
É bom que o governo brasileiro fale em multa. Mas não é bom que o governo brasileiro fale apenas em multa. Onde está o plano de contigência, como reagimos a esse desastre, quais são as perspectivas reais de fiscalização da atividade na Bacia?
Jornais disserram que a Chevron contrata estrangeiros irregularmente na Bacia de Campos. É um caso antigo, já fizemos inúmeras comissões para examinar este problema. Não é só a Chevron que faz isso. Parece que há algo errado entre o ritmo buocrático e a da exploração do petróleo.
Era preciso um tratamento mais amplo do problema. Quem sabe o ministro Lupi resolva? Com um par de mentiras e algumas bravatas, ele consegue tudo.
A PF contratou um excalente oceanógrafo como perito, David  Zee. Mas é preciso gente que entenda da produção e seja independente. Procurá-los na Petrobrás não vale. Ela é sócia do empreendimento. A Chevron está respondendo porque tem maioria nas ações.
O pré sal até agora só tem suscitado discussões sobre o destino do dinheiro. Muitos prefeitos, no final da elaboração do projeto, chegaram a telefonar para deputados, perguntando se já havia o dinheiro.
Foi um comportamento caricato mas diz muito sobre nossa cultura política. Briga-se em torno do dinheiro e dorme-se na hora de preservar o meio ambiente.

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