A Espanha agora é conservadora de direita

Como previsto, os espanhóis deram ontem o cartão vermelho ao Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) do primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero, no poder desde 2004. O país será dirigido agora pelo conservador Partido Popular de Mariano Rajoy, que deve obter (a apuração ainda não terminou) a maioria dos votos no equivalente à nossa Câmara e Senado. Em maio os eleitores já haviam dado o cartão amarelo aos socialistas, elegendo os conservadores em 11 dos 13 estados (comunidades autônomas) e na maioria das prefeituras. Segundo os jornais, o PP fará sua maior bancada desde o início da redemocratização espanhola, que teve início com a morte do ditador Francisco Franco e a coroação de Juan Carlos 1º, além de eleições livres, nos anos 70. O desafio dos conservadores é enorme. O desemprego na Espanha, de 25%, é o maior da zona do euro. Com os novos governos da Itália, Grécia e agora Espanha, vai-se conformando uma nova realidade política na Europa com o desafio de recuperar a economia em meio à insolvência. Disso depende o futuro da Comunidade Europeia. Temo, porém, que o preço a ser pago seja alto demais, tanto para o povo quanto para a democracia. O tempo vai dizer. Não estou otimista. 

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