O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta quinta-feira (17) a criação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e a adoção de "todas as medidas necessárias" para proteger civis contra as forças do governo Muammar Kadhafi, o que na prática autoriza ações militares.
A resolução foi aprovada por dez dos 15 membros do conselho. Brasil, China, Rússia, India e Alemanha se abstiveram. Não houve votos contrários à medida, que era defendida por França, Inglaterra, Líbano e os Estados Unidos.
Membros do Conselho de Segurança durante votação da resolução, na sede da ONU, em Nova York, nesta quinta.O anúncio foi recebido com comemoração por milhares de manifestantes antigoverno na cidade de Benghazi, segunda maior cidade líbia que se tornou o reduto da oposição a Kadhafi.
A medida foi saudada com fogos de artifício, gritos e tiros para o ar, segundo a TV árabe Al Jazeera.
O ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, advertiu que não há muito tempo para interveir. "Pode ser uma questão de horas".
A Líbia estima que a resolução da ONU adotada nesta quinta-feira "ameaça a unidade" do país e constitui um "apelo aos líbios para que se matem", disse o vice-ministro líbio das Relações Exteriores, Khaled Kaaim."Esta resolução traduz uma atitude agressiva da comunidade internacional, que ameaça a unidade da Líbia", declarou.
Segundo o vice-ministro líbio, a decisão é resultado de um "complô" da comunidade internacional "guiado pela vontade de países como França, Grã-Bretanha e Estados Unidos para dividir a Líbia".
Justificativa brasileira
A justificativa para a abstenção brasileira na votação, lida pela embaixadora Maria Luiza Viotti durante a sessão, diz que o país não está convencido de que "o uso da força" levará "à realização do nosso objetivo comum – o fim imediato da violência e a proteção de civis".
"Estamos também preocupados com a possibilidade de que tais medidas tenham os efeitos involuntários de exacerbar tensões no terreno e de fazer mais mal do que bem aos próprios civis com cuja proteção estamos comprometidos", diz o texto, divulgado pelo Itamaraty.
A justificativa diz ainda que a posição brasileira não deve ser interpretada como "endosso do comportamento das autoridades líbias ou como negligência para com a necessidade de proteger a população civil e respeitarem-se os seus direitos".
Sanções
O embaixador britânico na ONU, Mark Lyall Grant, afirmou antes que a resolução irá ampliar as sanções sobre o governo de Kadhafi, sem especificá-las.
O rascunho da resolução obtido pela agência Reuters antes da votação pede para que haja congelamento dos bens da Libyan National Oil Corp. e do banco central líbio devido a vínculos com Muamar Kadhafi.
Os Estados Unidos, anteriormente relutantes à ideia de uma intervenção militar, disseram nesta quinta-feira que o Conselho de Segurança da ONU deveria considerar a adoção de medidas mais duras do que a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia.
"Estamos discutindo muito seriamente e comandando os esforços no Conselho a respeito de uma gama de ações que acreditamos ser eficazes para proteger os civis", disse a embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, na noite de quarta-feira em Nova York. "A visão dos EUA é que precisamos estar preparados para contemplar os passos que incluem uma zona de exclusão aérea, talvez indo além dela", afirmou.
Resendo Rodrigues
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