ESCÂNDALO É O QUE NÃO FALTA NA NOSSA REPÚBLICA





Entramos numa semana cujo desenrolar é difícil de prever. No mundo, a situação econômica delicada sugere, no mínimo, uma posição de alerta.
Mas é no campo político que os problemas vão aparecer com mais intensidade. Mais uma denúncia de corrupção no Ministério da Agricultura derrubou, no sábado, o secretário executivo do órgão, Milton Ortolan, braço direito do ministro Vagner Rossi.
A denúncia publicada na Veja derrubou Ortolan. Ela apresenta um lobista chamado Júlio Fróes que tinha uma sala no ministério, só para articular as fraudes.
Fróes é um lobista violento pois agrediu o editor Rodrigo Rangel, depois de uma entrevista num restaurante de Brasília.
De novo, a oposição tentará uma CPI mas o foco talvez não esteja tanto nos seus movimentos. Estará na própria presidente Dilma.
Ela demitiu algumas pessoas no DNIT, que era feudo do PR. Agora, teria de demitir gente do PMDB e PTB, que dividem os cargos na Agricultura.
Sua tática é diferente da usada por Lula. Ele preferia resistir e deixar que um escândalo ofuscasse o outro.
As condições mudam. Dilma não tem a mesma popularidade e experiência. Ela percebeu que o chamado presidencialismo de coalizão, como plataforma de roubalheira, está falido.
E a crise econômica vem correndo por fora. Dilma não pode recuar. É difícil renovar o método Lula. Mas também é difícil desalojar partidos aliados.
São inúmeras as notícias dizendo que Dilma ficou irritada com alguma coisa. De um modo geral, partem do próprio governo, querendo preservá-la.
Mas de irritação em irritação, já se foram três ministros, dois por suspeitas, um por ter falado demais.
Esse primeiro semestre do governo foi bem descrito por Agamenon, remanescente do velho Casseta e Planeta.
Segundo ele, a política brasileira está parecendo uma novela de televisão. Todo dia tem escândalo, todo dia tem fofoca- aventureiros inescrupulosos, golpes milionários, superfaturamento.
Num contexto de novela, nem sempre os papéis ficam muito claros. Mas a verdade é que o enredo principal, coalizão com loteamento de cargos, já não aguenta mais muitos capítulos.

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