A imagem do Brasil na Líbia




Talvez baseando-se nos dois mitos mais comuns a respeito de Kadafi (progressista interna e externamente), o Brasil relutou muito antes de reconhecer o fim de jogo.
Ainda assim, o Ministro Antônio Patriota acaba de declarar que nosso país reconhece estados e não governos e deve esperar a  ONU definir qual é governo legítimo na Líbia.
A julgar pela entrevista dos líbios que ocuparam a Embaixada da Líbia em Brasília, a percepção que eles têm é a de que o Brasil ficou contra os rebeldes.
Um deles chegou a dizer: logo nós, que torcemos tanto pela seleção brasileira. Esperávamos a simpatia do Brasil.
Há uma continuidade na política externa de Lula.  Aliás os líbios se referiram algumas vezes à amizade Lula-Kadafi. O Brasil não teve, por exemplo, a mesma resposta da Venezuela. Em Caracas, Chavez afirmou que reconhece apenas o governo de Kadafi.
Teremos de trabalhar com as nuances para recuperar a simpatia para o Brasil na Líbia. Pelo menos, esta seria uma posição a discutir. O Itamaraty acha que foi bem. Não considera um problema ter voltado às costas à rebelião.
O conjunto das entrevistas de Patriota revela que não ficou satisfeito com o desfecho da crise na Libia. Mas o faz de uma forma bem mais diplomática que a Venezuela.
Nem tudo está perdido. Mas Kadafi perdeu. Os que sonhavam com sua continuidade, delirando sobre seu papel progressista, se equivocaram.
O grande amigo de Kadafi, Silvio Berlusconi, vai receber os rebeldes amanhã. A Itália se move.

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