Requião é o marajá da Carta de Puebla

Roberto Requião
Roberto Requião
Na campanha do senador Roberto Requião, candidato do PMDB ao governo do Paraná, o estouro do ‘petrolão’, ou ‘mensalão II, a missão’, como alguns gaiatos já denominam o mega-escândalo produzido pela delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foi discretamente comemorado.
A avaliação é que uma denúncia com essa megatonagem tende a obliterar a embaraçosa revelação, feita pela Gazeta do Povo e pelo portal da Folha de S. Paulo, que Requião recebeu R$ 453 mil, de uma vez, em dinheiro, relativos a apenas 15 meses de aposentadorias atrasadas de ex-governador.
Embora essa pensão seja tecnicamente legal (a aposentadoria milionária de Requião será questionada pelo Paraná no Supremo Tribunal Federal), é difícil explicar que um candidato, que recita aquele eterno discurso sobre a Carta de Puebla (opção preferencial pelos pobres), fala com lágrimas nos olhos do leite das crianças e do trator solidário, receba uma aposentadoria de ex-governador de R$ 26.589,68.
A maioria absoluta dos brasileiros, que não prega, mas vive segundo os ditames da Carta de Puebla, receberá, depois de, no mínimo, 35 anos de trabalho duro, uma aposentadoria de um salário mínimo, ou R$ 724,00. Requião se aposentou recebendo o equivalente a 36 salários mínimos mensais depois de apenas 12 anos ou três mandatos de governador.
Ou seja, Carta de Puebla no dos outros é refresco.

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