Num país em que muito mais grave do que a crise moral e ética que prolifera em todas as instituições é o fato de a grande maioria dos brasileiros não conhecer a verdadeira dimensão das questões nacionais, torna-se aventureira a pretensão de projetar um futuro promissor.
Em palavras mais claras, os brasileiros não estão a par dos elementos básicos da história da terra que lhes serviu de berço, onde vivem e morrerão e, por isto, não exercem plenamente a sua cidadania. Não entendem a dificuldade de promover igualdade e justiça na democracia, onde uma minoria detém, de maneira ostensiva, a maior parte da renda e das riquezas nacionais; onde todos, ricos e pobres, querem melhorias constantes e acentuadas.
Ninguém quer perder nada. A classe média fica encurralada: não admite ter suprimidos seus ganhos e almeja ascender socialmente, pois a pobreza seria seu inferno. O ‘miserável’ sonha em ser pobre, porque é o caminho mais acessível que pode levá-lo a retardar sua morte.
Um povo permanentemente insatisfeito, assim, gera um volumoso material explosivo. Todas as camadas sociais parecem em contínuo estado de combustão. Cada um só pensa em si, quase ninguém contextualiza as questões; portanto, necessitam culpar alguém e não encontram ninguém mais indicado(a) do que o(a) presidente da República de plantão. Então, se pratica o tiro ao alvo, que é Dilma Rousseff. Querem executá-la politica e moralmente, ante a omissão até de muitos que a apoiam e a admiram. A onda é: Fora, Dilma!
Os pouquíssimos que assimilam a importância histórica da sua presença na cena política brasileira, têm que se manifestar com mais veemência, gritando: Salve, Dilma! Urge que unifiquem suas forças em torno do projeto popular vigente que, não obstante as distorções que o envolvem, vem beneficiando milhões de brasileiros antes condenados ao desprezo e à desesperança. Salvem Dilma dos vampiros do capitalismo deformado e deformador que paira no Brasil desde os seus primórdios como nação.
Se salvarem a presidenta, com arrojo e inteligência, estarão proporcionando equilíbrio político ao país e ânimo para que o povo não sucumba sem lutar.
Fonte :Pragmatismo politico