O SEU MAIOR TESOURO ESTÁ PERTO DE VOCÊ OU EM VOCÊ








“Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração sobre os teus rebanhos, porque o tesouro não dura para sempre; e durará a coroa de geração em geração?”
(Pv. 27:23-24)


Ali Hafed era homem riquíssimo, mas quando ouviu de um sábio o poder que uma mina de diamantes lhe daria, vendeu todas as suas terras, deixou sua família aos cuidados de um amigo e partiu para o mundo para explorar uma mina de diamantes. Percorreu a Índia, andou pela Palestina, explorou a Europa e, por fim, infeliz e sem dinheiro, viu-se de pé na praia da baía de Barcelona na Espanha, quando uma enorme onda o encobriu e o arrastou. Naquele instante o ex-homem rico Ali Hafed inspirou pela ultima vez e morreu. 
Certo dia, o homem que comprou as terras de Ali Hafed, levou seu camelo para beber água no riacho que corria no jardim. Assim que o animal tocou o focinho na água, algo nela refletia um brilho incomum. Era um diamante. Além deste, surgiram muitos outros. 
Se Ali Hafed tivesse cavado o próprio chão, debaixo de sua própria plantação de trigo e em seu próprio jardim, teria evitado a miséria, a fome, e por fim a morte em terra estrangeira. 
Não se trata de uma história imaginária. É a história da descoberta da mina de diamantes Golconda, a mais esplêndida de toda a história da humanidade. Os diamantes Koh-i-noor de 186 quilates e Ortof de 198 quilates das jóias da coroa da Inglaterra e da Rússia, entre os maiores do mundo, vieram dessa mina.
Salomão nos fala nos versículos que estamos baseando essa reflexão sobre administração das nossas riquezas. Primeiramente ele diz: “Procura conhecer o estado das tuas ovelhas...”. Assim como Ali Hafed, muitas vezes não identificamos os tesouros que estão bem próximos da gente, ou melhor, dentro de cada um de nós. Se existe uma viagem exploratória que precisamos fazer, essa deverá ocorrer para o nosso interior. 
Por incrível que pareça nos conhecemos muito pouco. Sabemos quase nada sobre o potencial de recursos que temos em nós. Talvez o quadro seja ainda pior, pois o que conseguimos enxergar são os defeitos, as fraquezas, as nossas valas existenciais e os sentimentos mais mesquinhos que carregamos na alma. Essas imagens muitas vezes poluem o que enxergamos para dentro e impedem de contemplarmos alguma beleza interior, alguma mina de diamantes que possa existir.
Essa questão do autoconhecimento, de fato é algo que precisávamos exercitar um pouco mais. Com essa prática estaríamos evitando pelo menos dois equívocos: preocupar-se demasiadamente com a opinião dos outros, e potencializar os pontos-fracos em detrimento de um investimento nas aptidões e talentos que possuímos.
A segunda lição que Salomão nos ensina é para colocarmos o nosso coração sobre esses rebanhos, que são nossas riquezas. Coração fala de paixão. Não existe valor naquilo que não nos apaixonamos. Pode ser a coisa mais linda do mundo. As outras pessoas podem desejar muito, mas se não gerar esse sentimento em nós, certamente não vamos valorizar. 
Isso já aconteceu comigo. Alguns anos atrás consegui um belo emprego. Uma grande empresa que abrira filial na cidade estava contratando para uma única vaga no departamento comercial. A oferta era de um bom salário, alguns benefícios, além de muitas possibilidades de progressão na carreira. Após ser selecionado e contratado, comecei muito bem com as vendas, sempre superando as metas estabelecidas e alcançando certo destaque junto a Diretoria. 
Com o passar dos meses a empolgação inicial diminuiu. Continuei cumprindo minhas tarefas, as metas de vendas continuaram sendo vencidas, porém eu tinha que me empurrar para isso. Não havia alegria, sair de casa para vender parecia um fardo de uma tonelada nas costas. Descobri que estava sem paixão por aquele trabalho. Consciente de que não poderia permanecer assim, fui muito honesto com a empresa, pedi demissão e fui à busca de outras oportunidades que pudessem me proporcionar satisfação pessoal acima da financeira. Na verdade precisava me envolver com uma paixão profissional.
Jesus também falando sobre riquezas explicou bem isso ao dizer: “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. ”(Mt. 6:21) Essa é uma grande verdade! Se não colocarmos o nosso coração, isto é, se não houver paixão jamais haverá tesouro. Por outro lado, existe a outra face da moeda que explica o porquê de muitas pessoas nunca se satisfazerem. Não é que tenham dificuldades em se apaixonar, mas porque se permitem seduzir por coisas erradas.
Jamais ponha seu coração em algo perecível, pois com certeza não valerá a pena, o final será frustração. Quantas pessoas se apegam em bens materiais, tais como: roupas de grife; carros, que ao sair da loja já desvalorizaram cerca de 30%; o sonho da casa própria, que logo ao ser alcançado, muitas vezes trazem uma alegria passageira, pois essas pessoas acabam descobrindo que na rua existem outras melhores. Poderíamos falar de muitas paixões que as pessoas se envolvem que tem a mesma consistência de um algodão doce, se desvanece rapidamente com um pingo d’água.
Ali Hafed tinha no jardim da sua casa tudo o que ele almejava, mas jamais conseguiu encontrar. A dificuldade de valorizar o que se tem, leva muitas pessoas à miséria sentimental e morte existencial, pois estão em uma busca desenfreada por felicidade fora dos portões das suas almas. 
A verdadeira riqueza que procuramos para as nossas vidas já está encrustada na superfície da terra do nosso eu, o que precisamos fazer é olhar com mais cuidado para aquilo que Deus já nos deu. O Apóstolo Paulo afirma que já fomos abençoados com toda a sorte de bênçãos (Ef.1:3). Quando Deus criou o homem, no início da história da humanidade, Ele liberou essa benção.
“E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai ...” (Gn. 1:28)
Isso fala de capacidade, de liderança e domínio, dos nossos talentos, dons, família, da esposa ou marido, dos nossos filhos e amigos. Todos esses tesouros já existem nos riachos à beira dos nossos jardins interiores. Talvez precisemos escavar a terra ou se necessário utilizar uma sonda. Pode até nos custar um certo trabalho, mas são nossas riquezas, elas nos pertencem, foram dadas pelo nosso Deus.
Salomão termina sua aula de vida feliz com uma advertência: “... o tesouro não dura para sempre; e durará a coroa de geração em geração?” 
Seja grato. Valorize o que você tem. Aproveite o que há de melhor em você. Essas são algumas das chaves da verdadeira felicidade humana.
Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração. (Sl.37:4)

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente todos tem um grande tesouro dentro de si