GAME DO MINISTRO DA CASA CIVIL


                                                              Ilustração: Cadu Tavares





O salto gigantesco no patrimônio do ministro  Palocci por 20 virou  game na rede. Elementos para novos games vão surgindo no desenrolar dos fatos. 
O governo envolveu o  Palocci numa redoma de proteção no Congresso, instigando os aliados para evitar CPI. Confesso que não esperava tal atitude da Presidente Dilma, tudo bem o Lula paz e amor estava acostumado a reagir  com esse reflexo. Mas o governo não  parou para constatar que a coisa é de dimensão maior.  Se há dúvida em torno da multiplicação do patrimônio, a única saída é uma explicação transparente. O movimento do governo e seus aliados fortaleceu a dúvida.
 Parece que o governo agora trabalha com a possibilidade de que a única saída no horizonte é contar com o esquecimento, resistir à pressão, esperar que outro escândalo se apresente. 
Terá o escândalo das licitações fraudadas em Campinas o potencial de substituir o escândalo da multiplicação dos bens do ministro? Embora mencione amigo do ex-presidente Lula e tenha atraído José Dirceu para gerir a crise, o processo em Campinas tem potencial mais de agravar do que atenuar a pressão sobre Palocci.
Ainda que tenha gasto muitos milhões na campanha presidencial, Dilma Rousseff atraiu eleitores idealistas que ainda veem no governo do PT uma luta dos pobres contra os ricos, da esquerda contra a direita, do futuro contra o passado. Esses resíduos de idealismo devem ir pelos ares, confrontados com o vigoroso enriquecimento de Palocci e com as fraudes nas licitações em Campinas. Lá as fraudes se deram no setor de saneamento básico. O vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT) teve sua prisão decretada. A coalizão que governa Campinas intitula-se um governo popular. Desviar dinheiro de saneamento básico desconstrói qualquer imagem de um governo popular.
Alguém terá de salvar Dilma do impulso de resistir, por reflexo, com a tática, até certo ponto vitoriosa, de alguns que procederam assim e deu certo:Maluf, Sarney, Renan e Jucá. Não que o escândalo Palocci tenha o potencial de indignar a população a ponto de jogá-la em manifestações de rua. 
 Mas é preciso salvar o governo dos próprios aliados. Se a manobra de preservação de Palocci for feita nos moldes tradicionais, o sinal para todos os outros escalões estará dado. Nada vai segurar a voracidade de quem está nisso para enriquecer.





















































                                       

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