Sardenberg faz apologia do capitalismo e atribui crise aos gregos II

Estado irresponsável

Sardenberg admite que os manifestantes “têm razão num ponto – a vida de fato estava melhorando”. Afinal, comenta, os salários subiram 22% no país helênico entre 2001 e 2010. O PIB per capita “saiu da casa dos US$ 20 mil dólares/ano para os 30 mil, nível de país quase desenvolvido (o Brasil, por exemplo, de renda média, tem cerca de US$ 12 mil). Finalmente, do início do século até a eclosão da crise, a Grécia cresceu, na média, 4% ao ano”.

O que explica este desempenho que quase estava conduzindo a Grécia ao Olimpo pelo menos até os trágicos acontecimentos de 2008? O especialista responde sem pestanejar: “A adesão à moeda comum, o euro, em 2001. A taxa de juros caiu rápida e fortemente, barateando o financiamento para investimentos e consumo. Crédito barato, eis o nome da coisa. Mais que isso, a adesão ao euro foi a cereja do bolo.”

“E não esqueçam”, conclui. “O chamado mercado, o sistema capitalista global, propiciou nada menos que três décadas de expansão. Muitos países perderam a chance, outros aproveitaram. A Grécia aproveitou muito. Muito. O chamado mercado, o sistema capitalista global, propiciou três décadas de expansão.”

Claro, a defesa apaixonada do mercado, banqueiros e iniciativa privada, não pode prescindir da defesa do Estado mínimo e crítica ácida a tudo que é público. “E finalmente, o Estado manteve o controle de 40% da economia – com a ineficiência e a corrupção das entidades estatais, e o costumeiro viés favorável aos funcionários de mais alto nível”. 



Fonte:Portal Vermelho

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