Paulo Bernardo intervém na campanha de Gleisi. A ordem é mostrar Dilma, continuar a bater em Beto e começar a espancar Requião

Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann
Duas semanas de campanha eleitoral no rádio e na televisão não agregaram um único ponto as intenções de voto de Gleisi Hoffmann, que disputa o governo do Paraná pelo PT, que se mantém estagnada em 14% das intenções de voto e vê seus índices de rejeição crescerem (20% para 22%) segundo o Ibope de ontem. A reação foi uma intervenção na campanha da petista pelo ministro Paulo Bernardo, ministro das Comunicações e marido de Gleisi, personagem conhecido pela truculência.
Paulo Bernardo destituiu o coordenador da campanha do PT, o deputado federal Dr. Rosinha (PT), e assumiu pessoalmente o comando. Bernardo tirou férias e vai percorrer todas as regiões do Estado nas próximas semanas, além de ditar a linha do programa eleitoral que estaria, segundo sua definição, no padrão da Ana Maria Braga. O PT, o vermelho do partido e a presidente Dilma Rousseff terão espaço cativo na propaganda petista. A ordem agora é continuar forte em Beto Richa, mas vão sobrar ataques demolidores a Roberto Requião (PMDB), que tem sido poupado pelo PT no horário gratuito do TSE.
A decisão de bater em Requião é estratégica. Gleisi só chega ao segundo turno se tirar votos de Beto Richa (44%) e de Requião (28%). Mas a ordem de colocar o senador na linha de tiro do PT foi dada por Paulo Bernardo com inequívoco prazer. O ministro tem pendências antigas com Requião. Em 2010 o então governador acusou Bernardo (que era ministro do Planejamento) de tentar superfaturar em R$ 200 milhões um ramal ferroviário que seria construído no Paraná. Bernardo processou Requião e o obrigou a indenizá-lo por danos morais, mais ainda tem sede de sangue.
Com Paulo Bernardo no comando os ataques a Requião que o PT vinha fazendo nas redes sociais, contra o estilo de vida nababesco, os cavalos bancados pelo contribuinte, e o irmão envolvido em corrupção no Porto de Paranaguá, devem sair da clandestinidade e ir para o horário político. Quem viu a reunião em Bernardo destituiu Rosinha diz que o horário político paranaense pode ganhar um caráter assustador.

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